Camadas da Terra
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As camadas da Terra são uma classificação elaborada cientificamente para auxiliar a compreensão sobre a estrutura interna do nosso planeta.
Publicado por: Rodolfo F. Alves Pena em Geografia Física
Durante muito tempo, o
ser humano acreditava que, por dentro, o planeta Terra era maciço,
composto basicamente por rochas. Atualmente, é sabido que, na verdade,
apenas uma camada muito fina da superfície apresenta essa
característica, havendo composições e temperaturas diferentes nos
milhares de metros existentes abaixo do solo.
Para melhor compreender como tudo isso
funciona e organiza-se, a estrutura interna da Terra foi classificada em
três principais camadas: a crosta, o manto e o núcleo, havendo entre elas algumas descontinuidades: a de Mohorovicic e a de Gutenberg. Juntas, essas camadas atingem 6.370 metros entre a superfície e o centro do planeta.
As camadas da Terra e suas descontinuidades
Crosta Terrestre:
A crosta terrestre é a primeira das
camadas da Terra, sendo também a menor e mais “fina” entre elas. Sua
profundidade oscila entre 5 km (em algumas áreas oceânicas) e 70 km (em
zonas continentais).
Essa camada é subdividida em crosta superior, também chamada de camada sial, e crosta inferior, chamada de camada sima.
A primeira é composta predominantemente por silício e alumínio (o que
explica a sua denominação) e abriga as formas de relevo e todas as
atividades humanas realizadas sobre a superfície terrestre. Já a segunda
é composta por silício e magnésio e pode ser melhor visualizada em
regiões oceânicas, onde a camada sial não existe ou é muito fina.
Apesar de ser a camada mais fria da Terra, a crosta pode apresentar uma temperatura próxima aos 1000ºC em determinados pontos.
Manto:
O manto terrestre posiciona-se abaixo da
descontinuidade de Mohorovicic, que fica abaixo da crosta. É a mais
extensa das camadas da Terra e sua profundidade máxima alcança os 2.900
km, ocupando cerca de 80% do volume total do planeta. Sua composição é
de silicatos de ferro e de magnésio, e as rochas encontram-se em forma
de material pastoso chamado de magma, por causa do calor advindo do interior da Terra, com temperaturas médias de 2.000ºC.
O manto superior é mais pastoso que o
inferior e está em movimentação. Em virtude da força exercida por esses
movimentos, seus efeitos são sentidos na crosta terrestre, causando o
movimento das placas tectônicas.
Núcleo:
O núcleo terrestre, posicionado abaixo da
descontinuidade de Gutenberg e abaixo do manto, é o mais quente das
camadas da Terra e também é dividido em exterior e interior. Sua
composição predominante é o NIFE (níquel e ferro).
O núcleo externo encontra-se no estado
líquido, enquanto o núcleo interno encontra-se no estado sólido, por
causa da extrema pressão aplicada sobre ele. As temperaturas oscilam
entre 3.000 e 5.000ºC. Em razão de o núcleo interno ser uma “bola”
maciça cercada por uma esfera líquida, seu movimento de rotação é mais
rápido do que o da Terra, o que ajuda a explicar as origens e os efeitos
do magnetismo do nosso planeta.
Como o ser humano sabe tanto sobre o interior da Terra?
Obviamente, o ser humano nunca visitou
pessoalmente o interior do nosso planeta. O ponto mais profundo já
escavado alcançou “incríveis” 12 km de profundidade e foi batizado de
Poço Superprofundo de Kola, na Rússia, em um trabalho empreendido pela
extinta União Soviética. Atualmente, no entanto, há um trabalho em
desenvolvimento para uma perfuração que pretende alcançar o manto
terrestre.
As informações atualmente existentes sobre
a estrutura interna da Terra devem-se ao estudo das propagações
sísmicas que ocorrem nas camadas inferiores e que são captadas por um
aparelho chamado de sismógrafo, o mesmo que mede a intensidade dos terremotos.
Você já sacudiu uma caixa para ter noção
do que tem dentro dela? Pois é isso o que o sismógrafo faz,
aproveitando-se principalmente dos terremotos e abalos sísmicos menores
que ajudam a “chacoalhar” o planeta. Obviamente, a precisão do aparelho é
muito alta e torna-se cada vez melhor à medida que se sucedem os
avanços tecnológicos, oferecendo-nos dados mais precisos sobre como
funciona o mundo abaixo dos nossos pés.
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